quinta-feira, 11 de março de 2010

Seria Socrátes um Buda, um Desperto, Um iluminado parte I

Trecho do Fédon de Platão, o ultimo dia de vida de Socrátes

Só há uma moeda verdadeira, pela qual tudo isso deva
ser trocado: a sabedoria. E só por troca com ela, ou com ela mesma, é que em verdade se
compra ou se vende tudo isto: coragem, temperança e justiça, numa palavra, a verdadeira
virtude, a par da sabedoria, pouco importando que se lhe associem ou dela se afastem
prazeres ou temores e tudo o mais da mesma natureza. Separadas da sabedoria e
permutadas entre si, todas elas não são mais do que sombra de virtude, servis em toda a
linha e sem nada possuírem de verdadeiro nem são. A verdade em si consiste,
precisamente, na purificação de tudo isso, não passando a temperança, a justiça, a coragem
e a própria sabedoria de uma espécie de purificação. É muito provável que os instituidores
de nossos mistérios não fossem falhos de merecimento e que desde muitos nos quisessem
dar a entender por meio de sua linguagem obscura que a pessoa não iniciada nem
purificada, ao chegar ao Hades vai para um lamaçal, ao passo que o iniciado e puro, ao
chegar lá passa a morar com os deuses. Porque, como dizem os que tratam dos mistérios:
muitos são os portadores de tirso, porém pouquíssimos os verdadeiros inspirados

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