terça-feira, 29 de setembro de 2009

CONCENTRAÇÃO SUPERIOR

O termo tibetano para designar tranqüilo- permanecer é zhi na. Zhi significa tranqüilo ou apaziguado e na significa permanecer ou ficar. O tranqüilo permanecer é, portanto, uma mente que apaziguou as distrações e permanece concentrada, de maneira unifocalizada, em seu objeto. Define-se tranqüilo permanecer como uma concentração que possui o êxtase da maleabilidade física e mental. Essas maleabilidades são alcançadas no final das nove permanências mentais. Com esforço, não é difícil gerarmos uma mente capaz de manter-se unifocalizada num único objeto por longo tempo, mas isso ainda não o tranqüilo permanecer. O tranqüilo - permanecer só será atingido se aperfeiçoarmos essa mente, até que ela cause o êxtase especial da maleabilidade.
Devemos gerar o tranqüilo permanecer tanto em benefício próprio como em beneficio dos outros. Visto que não queremos sofrer, precisamos eliminar a causa do sofrimento, o auto agarramento. Para fazê-lo, temos que realizar diretamente a vacuidade, o que não é possível sem antes atingir o tranqüilo permanecer. Isso explica porque a vacuidade é um objeto muito sutil e, para realizá-la diretamente, precisamos da sabedoria especial da visão superior; essa sabedoria, por sua vez provém do tranqüilo permanecer. Nossa mente é insubordinada, sujeita a distrações, e sua natureza é o movimento. Para realizar a vacuidade de maneira direta, nossa mente precisa tornar-se muito serena e refinada pelo poder do tranqüilo permanecer.
Antes de desenvolver a concentração, sentimos algum desconforto físico e mental quase o tempo todo. Nosso estado mental muda com muita rapidez. A felicidade vai e vem. Nossa condição física também se altera num instante. Podemos estar bem pela manhã e adoentados ao anoitecer. Depois de atingir o tranqüilo permanecer, deixamos de sentir desconforto físico ou mental. Nossa mente se acalma, conseguimos sempre gerar pensamentos e sentimentos virtuosos, bem como criar as causas da felicidade.
Quando atingimos o tranqüilo permanecer, além de recebermos todos os benefícios, tornamo-nos capazes de beneficiar enormemente os outros, pois esse estado nos dá origem a outras aquisições, como os diversos tipos de clarividência. Existem cinco tipos de clarividência: a clarividência do olho divino, do ouvido divino, de conhecer mentes alheias, de recordar vidas passadas, a clarividência dos poderes miraculosos. Com clarividência do olho divino, vemos o que pessoas em lugares longínquos estão experienciando; e com a clarividência de conhecer mentes alheias, conseguimos saber o que pensam e quais os seus problemas.
Certa vez, um rei testou Arya Assanga para descobrir se ele tinha ou não clarividência. Interrogou-o diante de uma vasta assembléia mas, em vez de fazer as perguntas em voz alta, ele as fazia mentalmente. As perguntas eram sobre o sutras perfeição de sabedoria, e Assanga, com sua clarividência, respondeu todas as perguntas silenciosas do rei.
No momento atual, quando praticamos uma ação virtuosa e queremos manter a mente focalizada nela, continuamos a ter distrações e pensamentos negativos; portanto nossa virtude é fraca e impura. A mente o tempo todo perturbada por delusões, como raiva, apego desejoso, inveja. Nossa memória é imprecisa e instável e nossa inteligência obtusa. Entretanto, com o tranqüilo permanecer, obtemos o êxtase da maleabilidade física e mental e os antigos obstáculos à concentração desaparecem. Nosso corpo torna-se leve e maleável e saudável e nos sentimos leves como algodão; é como se pudéssemos atravessar paredes. Não sentimos desconfortos físicos e dispomos de uma energia para executar qualquer ação virtuosa. Mesmo sem fazer exercícios físicos, nosso corpo é maleável, bem preparado, e somos capazes de permanecer em concentração por longos períodos, sem desconforto. Sentimo-nos calmos o tempo todo, pois nossa mente está livre de tensão. Ela está sempre maleável e flexível.

Com o tranqüilo permanecer, suportamos circunstâncias difíceis e privações. Mesmo se ficarmos bastante tempo sem comer, não sentiremos nenhum desconforto. No Tibete, ainda vivem alguns monges, em remotas cavernas, que nunca foram descobertas pelos chineses, desde a invasão em 1959. Conseguem viver em seus retiros solitários, privados da comida que costumavam receber da população leiga.
Como fazem isso? Graças ao tranqüilo permanecer. Embora não sejam famosos eruditos, são praticantes sérios, com grande força interior e muitas realizações.É dessa força interior que tiram seu alimento e proteção.
Devemos contemplar os benefícios de desenvolver o tranqüilo permanecer, até gerarmos um imenso desejo de praticá-lo. Quando esse desejo surgir com clareza em nossa mente, passamos a meditação posicionada, para nos familiarizarmos com ele.
Futuramente voltaremos a falar mais sobre esse assunto de como atingir o tranqüilo permanecer.

Como complemento aconselho a leitura desses textos
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domingo, 27 de setembro de 2009

Michelângelo e o blocos de marmore- Visão comum e visão superior

Certa vez quando perguntaram a Michelângelo como ele havia feito a estátua de Davi tão perfeita atráves do mármore, ele respondeu: Não fiz nada, ela sempre esteve ali, eu apenas aparei as arestas.
Moral da história:Onde todo mundo viu um bloco de mármore, ele viu Davi. Isso é que visão superior, quando todo mundo tem a visão comum.
E fica a reflexão o que enxergamos no nosso dia a dia, blocos de mármores ou Davis? Se você tem a visão comum, quão comum é você e o seu mundo...se você tem a visão superior, quão especial é você e o seu mundo...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Como são geradas as delusões

Todas as mentes não virtuosas surgem de 3 causas: a semente, o objeto e atenção imprópria.


1- semente= é a pontecialidade para desenvolver uma delusão. É criada por delusões geradas no passado, ou seja, por maus hábitos que temos familiaridades em realiza-los. Imagem quantas e quantas vidas não estamos comentendo ações negativas, nossa mente já se acostumou, se familiarizou em pensar de maneira errada.A prova disso é que precisamos meditar e investir esforço para termos pensamentos e açoes virtuosas, enquanto bobagens fazemos de forma natural, como um peixe que já nasce nadando.

2-objeto=é qualquer objeto que estejamos observando ao gerá-la. Não é preciso que seja percebido diretamente mas,se isso acontcer, a delusão se desenvolverá com mais força. Objetos de apego desejoso são os que achamos atraentes e objetos de aversão são os que julgamos desagradáveis. E praticamente impossível evitar todos os objetos de delusão. Mesmo se vivermos isolados em uma caverna, sempre haveriamos algum canto que pareceria mais atraente e algum tipo de clima que achariamos mais agradável.

3- atenção imprópria= é uma mente que se fixa nas qualidades de um objeto e as exagera. Ela é o que, de fato, gera as delusões. Por exemplo, se lembrarmos de alguém que nos prejudicou no passado e nos detivermos nisso, exagerando todo mal que nos feito, essa atenção imprópria nos fará brotar intenso ódio em nossa mente. Se pensarmos nas qualidades de um objeto e exagerarmos, essa atenção imprópria fará brotar intenso apego desejoso em nossa mente.

Da mesma forma que o fogo para existir precisa de calor, combustível e oxigênio. a delusão também precisará da semente, da atençãoimprópria e do obejto. Imaginemos o surgimento da raiva, uma pessoa já realizou muitas ações de raiva nessa vida e nas anteriores, portanto tem familiariedade com a raiva, então alguém a prejudica, ao lembrar dessa pessoa ( o objeto repulsivo), o individuo lembra com atenção imprópria, ou seja exagera e vê apenas os pontos negativos do objeto...a ponto da pessoa ( obejto) se tornar algo monstruoso, onde só existe o mal e logo a mente de raiva se instala. Observem como uma delusão é uma ilusão, ela vê um objeto de forma extremante distorcida.

O fogo não existe por si só, ele necessita de combustível, calor e oxigênio...na falta de um desses três elementos ele se apaga.As Delusões também dependem da semente, do objeto e da atenção imprópria. Na falta de uma delas, a delusão não existe. Portanto, se cuidarmos da atenção imprópria, não há ligação da semente com o objeto e a delusão desaparece. Para cuidarmos da atenção imprópria se obervamos as coisas por todos os pontos de vistas, olharmos todos os pontos positivos e negativos e assim diminuirmos o exagero que vemos as coisas por causa do nosso próprio interesse ou auto apreço.

Shakespeare era um Bodhisatwa?

"Mesmo que eu morasse em uma casca de noz, eu governaria o mundo

Shakespeare em Hamlet

O que ele quis dizer com essa frase? Sabemos que, por exemplo, uma cadeira não pode estar no mesmo lugar onde há uma mesa. Até matérias sutis como luz e ondas de rádio podem ser obstruídas por obstáculos físicos. A mente, contudo, não pode ser obstruída por obstáculos físicos. A presença de um muro, por exemplo, não impedirá a mente de pensar sobre o que existe por detrás dele. Do mesmo modo, embora haja um planeta entre a Austrália e o Brasil, nada nos impede de pensar na Austrália estando no Brasil. Os objetos físicos precisam de tempo para percorrer distâncias e, quanto maior à distância, maior o tempo. Mas a mente pode pensar em objetos longínquos num instante. Ela consegue, por exemplo, pensar no Sol ou nesse blog com igual rapidez. Embora nosso corpo permaneça imóvel, nossa mente pode se deslocar com igual rapidez, qualquer que seja a distância ou obstáculos a separa-los. A mente não é obstruída nem pelo tempo. Só de pensar sobre um acontecimento de nossa infância, ela vai para o passado.Embora a mente não seja obstruída por obstáculos físicos e nem pelo tempo, ela possui suas próprias obstruções que são o egoísmo, o pessimismo,as incertezas,o medo, a tristeza, magoas e qualquer outra mente não virtuosa.

Praticantes que dominaram a prática de transferência de consciência sabem por experiência própria, que mente e corpo são entidades separadas que posssuem o mesmo continuums, porque saõ capazes de ejetar para fora do corpo e ir para qualquer lugar, podendo entrar até no corpo de outros seres. Além disso, quando adormecemos e sonhamos a mente deixa o corpo físico e vaga por mundos de sonho, expericiando divertimentos e sofrimentos oníricos, ao passo que nosso corpo físico permancesse no mesmo lugar.

No momento, não somos capazes de testemunhar essa separação, mas meditadores realizados, que conseguem reter a contínua- lembrança, durante o sono e sonho, percebem, sua própria mente deixando o corpo físico denso, viajando por diferentes mundos e, mais tarde, quando o sonho acaba, reigressam no corpo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

OS ANTIGOS MISTÉRIOS

Existe no Extremo Oriente uma crença antiga, e largamente difundida, numa galáxia de espíritos esclarecidos que vivem à parte das regiões inacessíveis da Ásia. Os historiadores e os filósofos da Grécia e de Roma da antiguidade mencionam igualmente essa tradição nas suas narrativas. O grande Pitagóras relata a viagem de Apolónio de Tiana ( senão me falha a memória) para uma região para além dos Himalaias que não pode deixar de ser o Tibete.

Nota-se o facto que Pitágoras e Apolonio estiveram em contato com um sistema muito velho de instrução iniciática conhecido como Grande Mistérios. Enquanto os Mistérios Menores eram simplesmente os cultos populares. os Grandes Mistérios eram reservados a um círculo restrito de espíritos cultos capazes de se elevarem acima do nível médio das massas.

"Deixai aproximar-se aquele cujas mãos estão puras e cujas as palavras são sábias," diz Celso (secII) a propósito das condições de admissão a esses mistérios. Uma narrativa, deixada por um escritor antigo a respeito dos iniciados, diz "que eles estão em posição de conhecer a significação do engima da existência pela observação dos seus objetivos e dos seus fins, tal como foram designados por Zeus". Estas citações oferecem um bom fio condutor para o conteúdo filosófico dos Grandes Mistérios.

Há dezenove séculos, Fílon, o Judeu, escrevia, a propósito dos Grandes Mistérios, as notáveis linhas que se seguem:


"Vós,ó iniciados, vós cujos os ouvidos estão purificados recebam isto em vossas almas como um mistério que jamais deve ser perdido! Não revelais a nenhum profano! Guardai-o e conservai-o em vós mesmos como um tesouro incorruptível, não como o ouro e a prata, mas mais precioso do que qualquer outra coisa- porque é o conhecimento da Grande Causa, da Natureza, e do que nasceu das duas."

No Egito, na Grécia, na Babilônia ou na Índia, aquele que aspirasse a iniciação, esperava revelações contemplando o infinito durante noites consteladas de estrelas. Assim Pitágoras encontrou as sete notas da escala e a "harmonia das esferas", o sentido filosófico dos números e a forma redonda da Terra. De maneira idêntica, Platão descobriu que as ideias abstratas formavam, por si mesmas, um mundo invisível. A natureza eterna do universo foi revelada a Heraclíto do Ponto. A maior parte da filosofia grega teve sua origem nos Mistérios do Egito. Pitagóras e Platão foram instruidos pelos grandes sacerdotes do vale do Nilo.
Heródoto, o grande historiador da antiguidade, falou dos Mistérios com um respeito muito grande: "Imponho-me um profundo silêncio acerca desses Mistérios, a maior parte dos quais não são conhecidos"

Os Mistérios usaram sempre uma linguagem hermética para salvaguardar os conhecimentos secretos. As palavras de Platão, numa carta a Denys, o jovem,podem servir de exemplo a esta velha prática: "Devo escrever-vos em enigma", observa: "para que a minha missiva se for interceptada por terra ou por mar, não possa, em nenhum grau ser de conhecimento, ser entendida por aquele que a ler". Considerando o simbolismo velado dos Grande Mistérios, "os seus ensinamentos são initeligíveis para os loucos", diziam os iniciados.

Ao longo da história, estes homens superiores ( iluminados, bodhisatwas) ouviram muito, falaram pouco e agiram como devia ser.

Parece que houve constantes trocas de conhecimentos entre grupos de iniciados da Ásia e os da bacia mediterrânea, apesar das enormes distãncias que os separavam. Esse fato explica a razão pela qual a doutrina pitagórica da reencarnação apareceu subitamente em Crotona ( sul da Itália), ensino que não era estranho no Egito, foi provavelmente trazido por Pitágoras da Índia.

Segundo Cícero e Virgílio, os Mistérios ensinavam a doutrina da reencarnação precisando que as dificuldades e as tristezas desta vida eram uma expiação dos erros e dos pecados anteriores.

A admissão aos Grandes Mistérios exigia complicadas cerimônias, chamadas iniciações. Atráves das obras dos autores clássicos, parece evidente que se manifestavam fenômenos extraordinários enquanto esses ritos se realizavam.

Platão, em Fedra, descreve essa impressões: "Tornamos-nos espectadores de visões perfeitas, simples , imutáveis e abençoadas, que consistem numa pura Luz". Procles, séc V, acrescenta que os Deuses apresentam muitas formas de si próprios, aparecem sob aspectos variados e por vezes oferecem à vista apenas a aparência de uma luminosidade sem contorno.

Os Mistérios receberam os maiores elogios de uma grande parte dos espiritos esclarecidos dos tempos antigos: Píndaro, Platão, Plutarco, Eurípedes, Cícero, Epicteto, Marco Aurélio e muitos outros. As narrativas dos grandes pensadores mostram o respeito que tinham pelos mistérios. E uma verdade histórica que a grande ciência, o imenso saber e a alta filosofia das Escolas dos Mistérios Egípcios estimularam os homens mais eminentes da idade clássica.

O caráter cósmico e significativo dos Grandes Mistérios torna-se aparente, partindo da doutrina fundamental de que a Terra é para o homem, simplesmente, um lugar de exílio e de que o espaço sideral é a sua verdadeira morada.

Assim, uma associação de Homens Sábios, mundialmente disseminada, foi criada na aurora da civilização e conseguiu conservar a Antiga Sabedoria durante milhares de anos. Alguns estão na Europa, outros na África, nos Himalaias, no coração da Ásia e também da América do Sul, estão ligados entre si pela harmonia que tem na alma, e assim formam um só corpo. Compreendem-se uns aos outros, embora falem linguas diferentes, porque a linguagem dos sábios é uma percepção espiritual. Prosseguem em segredo estudos filosóficos e cientificos sem se arriscarem as troças do mundo. Viviam por vezes no seu país, no seio de uma religião reconhecida, e pertenciam ao escol da sua terra. Noutras ocasiões, estavam fora da sua esfera, completamente ignorados como iniciados.

As escolas dos Mistérios do Egito, da Índia, da Grécia, da China e de outros paises da antiguidade podiam servir de exemplos ao costume de perpetuar o antigo saber. Segundo autores clássicos, os historiadores e os textos antigos, parece que os particpantes dos Grandes Mistérios eram homens de vistas largas, de uma elevada moralidade e de uma compreensão profunda. estudavam não só o homem, mas o universo. Estabelecia-se no mundo uma cadeia entre todos os centros, e quando qualquer civilização precisava receber, de ser incitada por um estimulo, rapidamente era socorrida pelos outros ramos dessa irmandade mundial. este fato explica a súbita onda de novas ideias durante certos períodos históricos e as mudanças radicais que acompanharam a sua adoção.

Os lendários Mahatamas dos Himalaias não são iniciados isolados, mas membros de uma confraria consagrada a ressureição espiritual da humanidade. Esta foi, pelo menos, a crença geral dos povos da Índia e do Tibete.


domingo, 6 de setembro de 2009

SAMSARA

Vivemos no que se chama Samsara que é o renascimento ininterrupto, sem escolha ou controle, é mundo que se observa e age pela ótica das delusões, da raiva, do apego e da ignorância.Não existe um ser vivo se quer que teve liberdade para escolher sua forma de vida, ou seja livre e tenha controle sobre as experiências dessa vida. Não tivemos escolha sobre o país onde nascemos, tampouco sobre a família, e não podemos escolher quando morreremos. Não escolhemos ser ricos ou pobres, saudáveis ou doentes. Pode parecer que muita gente é livre, mas não é...adoecem sem escolha, morrem sem escolha e renascem sem escolha.

Se afirmassemos: hoje vou dormir as 23 horas, vem um insônia e lá se vai a tal liberdade...Não podemos nem controlar nosso sono!!! Que de lá, todas as demais condições da vida!

Para termos a real liberdade devemos desenvolver o desejo de se libertar do samsara, portanto meditamos nas falhas do samsara e na sua natureza que é o sofrimento. Quando esse desejo de se libertar de todo e qualquer tipo de sofrimento surge geramos a renúncia. Renúncia é a firme decisão de nos libertarmos do samsara. Quando ouvimos a palavra Renúncia pela primeira vez, facilmente nos enganamos o que de fato significa essa palavra. Somos levados a pensar que alguém que desenvolveu renúncia e´alguém que abandonou todas as posses materiais e os relacionamentos humanos,parou de comer carne ou fez votos de castidade. Na verdade renúncia é uma mente que abandona o samsara e o samasaranão existe fora de nós.Portanto não podemos nos libertar simplesmente abandonando nossas posses, mudando o estilo de vida.

Se as posses, ambientes e prazeres não são o samsara, se os amigos e os parentes não são o samsara, se atividades mundanas e trabalho não são o samsara então o que é o samsara? Já disse na primeira linha é a vida sem controle!

Falhas do samsara ou sofrimentos que as pessoas enfrentam todos os dias

1- INCERTEZA, no samsara tudo é incerto!
A beleza é frágil. Ainda que jovens, nossa aparência varia enormemente de acordo com o estado mental. Pela manhã,pulamos da cama nos sentimos maravilhosos e com aparência radiante. No espaço de uma hora, as coisas podem dar errado e ficamos abatidos e lá se vai nossa sensação de de beleza, nosso rosto torna-se triste e sem graça e nosso corpo perde a vitalidade.

A saúde física e mental nunca é estável. Estamos bem pela manhã e doentes ao entardecer. No espaço de um dia, nosso bem estar físico flutua muitas vezes. Em um instante passamos do riso as lágrimas. Não somos capazes de sustentar uma mente sempre feliz.

Riquezas e posses perdem -se facilmente. imagine no caso das bolsas de 1929, ao tomarem café da manhã como milionários jamais imaginavam que jantariam pobres. Mesmo que conservamos durante a vida toda ao final temos que deixa-las.Riquezas são como empréstimos que cedo ou tarde temos que devolver.

Boa sorte e prosperidade são incertas. Quando o trabalho ou os negócios vão bem, tendemos a a nos julgar sãos e salvos. Mas basta uma pequena mudança em nosso ambiente ou uma alteração no governo para que, subitamente, para que todas as nossas perspectivas otimistas sejam arruinadas.

Amizades são instáveis . quando fazemos novos amigos, achamos que isso é para sempre. Mas nossos amigos mudam e, às vezes, bons sentimentos convertem-se em amargas hostilidades. Poucas palavras bastam para destruir a confiança e a comunicação franca entre amigos. Um fato ou um pensamento insignificantes são capazes de transformar sentimentos de amizade em inveja e ressentimento.Para aqueles cujas as mentes continuam atadas as delusões, as amizades são incertas e pouco confiáveis. No samsara todas as relações vão mudar é só uma questão de tempo!

2- INSATISFAÇÃO - Já que o samsara é incerto e sem controle, os seres a ele preso fazem planos, tem desejos que não são realizados, logo se tornam frustrados e por isso é tão difícil agradaras pessoas. Eu pessoalmente já desisti disso, faço apenas o que tenho que fazer, com a suprema intenção de que sejam felizes.

No samsara um bêbado pode beber um oceano de álcool e no dia seguinte irá quer mais. Casamentos são desfeitos porque parceiros não conseguem se satisfazer. Quando se tem forte apego desejoso, nunca se contenta com o outro, pois ninguém é capaz de satisfazer todos os desejos.

Nações entram em guerra por uma razão básica e simples. Não se contentam com as suas riquezas e recursos e querem se apropriar dos demais. Milhões de pessoas perderam a vida em guerras devido ao descontentamento coletivo da humanidade.

Os seres no samsara são como mariposas, que não se satisfazem com a beleza do fogo, mas se atiram na chama.

Vivemos desde de tempos sem inicio, preso em um mundo incerto e e insatisfeito...e olha que não falamos ainda de sofrimentos como nascimento, doença, envelhecimento e morte...ter que separar do que gostamos, enfrentar o que não gostamos, sofrimento da mudança, da dor manifesta, sofrimentos adjacentes e etc... o tempo todo a todo instante os seres sofrem...uns mais outros menos...mas todos sofrem

E SE NÃO HOUVESSE RAIVA NO MUNDO

Imaginem como seria o mundo se não houvesse raiva. O perigo das guerras desapareceria, exércitos torna-se-iam desnecessários e os soldados teriam que procurar outro trabalho. Armas, tanques e bombas nucleares-instrumentos úteis a mente raivosas-seriam destruídos e todos conflitos, desde guerras entre as nações até desavenças entre pessoas,acabariam. Se a conquista dessa harmonia e paz universal nos parecer utópica, podemos ao menos imaginar a tranquilidade que todos desfrutaríamos se nos livrássemos por completo dessa destruidora mente de raiva.

Reflexão: Tudo é como um sonho

Dois sujeitos sonham: Um sonha que rico e feliz por cem anos. O outro sonho que é rico e feliz por 5 minutos. Então ambos acordam, e o que adiantou? Da mesma forma como que acordados de um sonho nos encontramos na morte.E ai fica a pergunta o que adiantou ter sido rico e feliz por 100 anos ou por 5 minutos?

O que realmente importa é na vida termos acumulados, méritos, virtudes, compaixão e sabedoria.Somente as marcas de ações positivas e negativas que levaremos conosco. O resto é pura e mera ilusão.