quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma pequena reflexão sobre a vacuidade

O céu completamente claro nos parece azul. Sabemos que a natureza real do céu é um mero vazio, como o espaço que nos rodeia. Embora o céu nos pareça um dossel azul, se tentarmos chegar a ele nunca encontraremos um objeto azul; só existe o espaço. No entanto, quando olhamos para o alto, vemos um azul e apontamos para isso e dizemos que é o céu. Logo, podemos dizer que o azul que vemos diretamente é a manifestação de um céu vazio. Isso significa que, a partir do céu vazio, o azul se manifesta. Da mesma forma a partir da vacuidade da forma, a forma se manifesta. Todos os fenômenos também são manifestações de sua vacuidade.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre as imagens de Buda


Se consideramos a imagem de Buda é o próprio Buda e fizermos prostrações, oferendas e pedidos diante dela, nossas ações terão o mesmo valor ou mérito que teriam se estivessem sendo feitas diante de um Buda em pessoa. Buda Sakyamuni disse:

"Agora meus quatro discípulos e outros fazem oferendas pessoalmente. Com fé, muitas pessoas farão, no futuro, oferendas diante de uma imagem que represente a minha forma. Essas ações tem o mesmo significado."

Com a mente impura que temos atualmente só há duas maneiras de vermos um Buda: na forma de nosso guia espiritual ou na forma de uma imagem, com a que temos em nosso altar. Devido as nossas obstruções cármicas, percebemos essas formas como impuras, mas nossas obstruções não existem por si só. A medida que nossa mente se tornar mais virtuosa, iremos percebendo as imagens de Buda de outra maneira. Quando nossa mente for pura, perceberemos a imagem de Buda como sendo o seu corpo- emanação, e não como uma mera obra de arte. Quando tivermos alcançado a concentração do Dharma continuum, vamos percebê-la como o seu corpo emanação supremo e poderemos receber instruções diretamente dele, assim como Atisha recebia as instruções da estátua de Arya Tara. Quando atingirmos o primeiro solo espiritual de um Bodhisattva, perceberemos a imagem de Buda como o seu corpo-fruição e, quando atingirmos a plena iluminação, perceberemos a imagem de Buda como o seu corpo verdade.

Em tempo: As imagens do Buda gordo surgiram durante a dinastia Sung (960 -1275) na China.As imagens do Buda gordo representam a fortuna interior e a prosperidade para o bem. Sakyamuni Buda era magro, porém as imagens do budismo chinês tem o mesmo valor e devem ser respeitadas igualmente.

Sobre a foto da ilustração: Localizada em Ngong Ping, em Hong Kong, a estátua de Buda mede 34 m de altura e pesa 280 t. Para acessá-la, os visitantes precisam subir 268 degraus. O monumento foi inaugurado em 1993, levou quase três anos para ser construído

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A origem do sofrimento

Cada vez que temos um problema, pensamos que foi causado por circunstâncias particulares e que, mudando-as, o problema desaparecerá. Culpamos as outras pessoas, nossos amigos, nossa comida, o governo, o tempo, a sociedade, a história, e assim por diante. Entretanto, circunstâncias exteriores como essa como essas não são as causas de nossos problemas problemas. Todos são causados, principalmente por nossas ações passadas e, quando estão amadurecendo, não há mais como como evitá-los. Portanto, em vez de fugir deles através de novas situações de vida, devemos identificar tais experiências dolorosas como conseqüência de nossas próprias ações prejudiciais e gerar um desejo sincero de abandonar suas causas. Em outras palavras, a resposta mais construtiva a nossos problemas consiste em gerar sincera renúncia, reconhecendo que o sofrimento que criamos para nós mesmos são a verdadeira natureza do nosso samsara.

Devemos meditar nos sofrimentos e chegarmos a um firme conclusão:

Já experiencei tais sofrimentos muitas e muitas vezes no passado e, se não atingir a libertação, terei de experienciar tudo de novo, repetidamente, no futuro. Portanto, preciso escapar do samsara.

Quando essa determinação surgir com clareza e precisão em nossa mente, faremos a meditação posicionada.

Fonte: extraído do livro Caminho Alegre da Boa Fortuna de Gesh Kelsang Gyatso