Em Quem e No Que Devemos Confiar?
Nos dias de hoje, há uma forte tendência à acreditar sem hesitação nas palavras que são ditas por uma pessoa que tem elevada reputação, enquanto um praticante humilde que dá ensinamentos precisos e perfeitos com freqüência não é apreciado nem acreditado. Buda Shakyamuni acautelou seus discípulos para não adotarem essa atitude equivocada:
Não aceitam meus ensinamentos simplesmente porque sou chamado de Buda.
Várias vezes, ele relembrou seus discípulos para não aceitarem seus ensinamentos com fé cega, mas, sim, testá-los cuidadosamente como se examinassem ouro. Não devemos aceitar ensinamentos de ninguém, nem do próprio Buda, a não ser com base em razões válidas e em experiência pessoal.
Nos ensinamentos sobre as quatro confianças, Buda deu mais orientações para chegarmos a um inequívoco entendimento dos ensinamentos. Ele disse:
Não confia na pessoa, mas no Darma.
Não confia nas palavras, mas no significado.
Não confia no significado interpretativo, mas no significado definitivo.
Não confia na consciência, mas na sabedoria.
O significado destas linhas é o seguinte:
(1) Quando estivermos decidindo sobre que doutrina vamos confiar, não devemos nos satisfazer com a fama ou reputação de um determinado Professor, mas em vez disso devemos examinar o que ele, ou ela, ensina. Se, mediante investigação, acharmos que os ensinamentos são lógicos e impecáveis, devemos aceitá-los; mas se carecerem dessas qualidades, devemos rejeitá-los, por mais famoso ou carismático que seu expositor possa ser.
(2) Não devemos ser influenciados simplesmente pelo estilo poético ou retórico de um determinado ensinamento, mas devemos aceitá-lo somente se o significado efetivo das palavras for lógico.
(3) Não devemos nos satisfazer simplesmente com o significado interpretativo da verdade convencional, mas devemos confiar e aceitar o significado definitivo da verdade última da vacuidade. Em outras palavras, porque os ensinamentos do método sobre a bodichita e os ensinamentos de sabedoria sobre a vacuidade etc são companheiros, não devemos nos satifazer somente com um ou com o outro, mas devemos praticar ambos em conjunto.
(4) Não devemos nos satisfazer com estados de consciência impuros e enganosos, mas devemos depositar nossa confiança na sabedoria do equilíbrio meditativo dos Seres Superiores.
Se compreendermos essas quatro confianças e as usarmos para avaliar a verdade dos ensinamentos que recebemos, seguiremos um caminho inequívoco. Não correremos o perigo de adotar visões falsas ou cair sob a influência de Professores que mostram o caminho errado. Seremos capazes de discriminar corretamente o que deve ser aceito e o que deve ser rejeitado, e desse modo seremos protegidos contra falhas como o sectarismo.
sábado, 10 de outubro de 2009
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