Existem três tipos de amor: o amor afetuoso, o amor apreciativo e o amor que deseja que os outros sejam felizes, ou grande amor. Por meio de um exemplo poderemos compreendê-los melhor. Se uma mãe reencontrar seu filho após uma longa separação, ela ficará muito feliz e sentirá grande afeição pela criança. Esse sentimento especial de afeição é o amor afetuoso. Por causa dessa afeição, a mãe considera que seu filho é muito precioso e deseja dispensar-lhe cuidados especiais. Esse sentimento amoroso e protetor é o amor apreciativo. Por sentir amor afetuoso e amor apreciativo pelo filho, ao vê-lo infeliz, ela quer restabelecer imediatamente sua felicidade. Querer que os outros sejam felizes e desejar ajudá-los a conquistar felicidade é o grande amor.
Quando praticamos o treino de nossa mente em compaixão, nosso pensamentos, atitudes e aspirações vulgares vão mudar.mas devemos manter nossa naturalidade.Em carta amigável, Nagarjuna ( um grande mestre budista indiano) ilustra isso com a analogia da manga- madura por fora, verde por dentro. De modo similar,uma pessoa pode ter uma aparência muito calma e controlada e, ao mesmo tempo uma mente indisciplinada. Portanto, os sinais exteriores ou visíveis de progresso não são suficientes e não querem dizer nada. No cristianismo (embora como sabemos o termo Cristo em grego quer dizer iluminado, ungido; como Budha em sanscrito quer dizer a mesma coisa) há uma passagem semelhante quando se diz:" Limpos por fora e sujos por dentro" . Nossa preocupação deve ser sempre a mudança das intenções e aspirações interiores.
Certa ocasião, Aryadeva e Ashvaghosa estavam prestes a iniciar um debate. Ashvaghosa estava em pé na ssoleira da porta, com um pé dentro e outro fora. Para testar a sabedoria de Aryadeva, ele indagou: “Estou saindo ou entrando?”. Aryadeva disse: “Depende de tua intenção. Se quiseres sair sairás. Se quiseres entrar, entrarás”. Ashvaghosa nada pode replicar, pois o que dissera Aryadeva estava perfeitamente correto.
No mosteiro de Nalanda, Shantideva ( um grande mestre ) recebeu dos outros monges a alcunha de "Três Realizações", por que aparentemente não fazia nada além de comer, dormir e defecar.No entanto ela havia alcançado profundas realizações,. Na verdade durante o sono ele meditava na yoga do dormir, de modo que para ele dormir era mais valioso que fiocar acordado. Exteriormente era uma pessoa bastante comum, mas por dentro havia antingindo profundas realizações...
Um outro exemplo bem ocidental. Imagine dois policiais um sai de casa e pensa:Banido bom é bandido morto!. O outro sai de casa e pensa: Vou proteger a vida das pessoas e o patrimônio delas! No final do mês, os dois receberam o mesmo salário, fizeram a mesma coisa. O que diferencia as ações de cada um? A intenção, a aspiração!
Em resumo na vida não importa o que você faz, mas com quem intenção está fazendo...mude as aspirações internas no inicio e permaneça natural fazendo as coisas que sempre fez, as vezes é até bastante conveniente ser bem diferente por fora...já que nossa meta é apenas fazer os outros felizes. A compaixão quando é forte podemos transformar todas as nossas atividades diárias num meio para beneficiar os outros, sem mudar absolutamente nada do que fazemos exteriormente.
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