quarta-feira, 10 de novembro de 2010

NIRVANA

Na época do Buda, nirvana (nibbana em Pali) tinha o seu próprio verbo: nibbuti. Que significava “extinguir” como uma chama. Porque se pensava que o fogo estava num estado de aprisionamento enquanto ardia – apegado e aprisionado ao combustível do qual se alimentava – a sua extinção então era vista como o desapego ou desatamento. Extinguir era o mesmo que tornar-se desatado, ou seja, o fogo só existe mediante certas causas e condições, combustível, comburente, oxigênio e etc..., se não tiver uma delas o fogo não existe mais. Se eliminarmos o ódio, o apego e a ignorância o samsara desaparece e existirá somente o estado de plena iluminação.

Agora que nirvana foi incorporado ao nosso vocabulário, seria bom se tivesse o seu próprio verbo para também transmitir a noção de “estar desatado.” Em geral dizemos que uma pessoa “alcança” nirvana ou “entra em” nirvana, sugerindo que nirvana seria um lugar para onde podemos ir. Mas, sem dúvida nenhuma, nirvana não é um lugar.

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