terça-feira, 17 de agosto de 2010

A DOENÇA HUMANA DA INSATISFAÇÃO

Incontáveis são os desejos mas, por mais que nos esforcemos, temos sempre a impressão que nunca foram satisfeitos. Mesmo quando obtemos o que queremos, não é do jeito que esperávamos. O objeto é nosso, mas não extraímos satisfação por possuí-lo. Por exemplo, se o nosso sonho for enriquecer, quando tivermos enriquecido a vida não será como havíamos imaginado e não acharemos que nosso desejo não foi satisfeito. Isso acontece porque nossos desejos não diminuem a medida que nossa riqueza aumenta. Quanto mais temos, mais queremos. A riqueza que perseguimos nunca será encontrada, porque não há riqueza capaz de saciar nossos desejos. Para piorar as coisas, ao tentar obter um objeto almejado, criamos novas ocasiões de descontentamento. Cada objeto de desejo vem acompanhado de outros indesejáveis. Por exemplo, com a riqueza vem os impostos, insegurança e complexos assuntos financeiros. Essas implicações indesejáveis impedem-nos de sentir que realmente obtivemos o que queríamos.
Refletindo vamos ver que nossos desejos são descomedido. Desejamos tudo que há de melhor no samsara ( o renascimento e a vida descontrolada)- o melhor emprego, o melhor parceiro, a melhor reputação, a melhor casa, o melhor carro, as melhores férias. Qualquer coisa que não seja a melhor nos deixa um sabor de decepção. Assim, continuamos a procurar sempre, sem nunca encontrar o que queremos. Na realidade, nenhum objeto impermanente é capaz de nos oferecer a satisfação completa e perfeita que desejamos. Coisas melhores estão sempre sendo produzidas.Propagandas anunciam por toda parte a a chegada da última novidade do mercado mas, após alguns dias, chega outra que supera da véspera. A produção de novidades para cativar nossos desejos é interminável.
Talvez pensemos que as pessoas que levam uma vida mais simples no campo estejam contentes. Entretanto, um olhar mais atento revela que procuram mas não acham o que querem. Não desfrutam de uma verdadeira paz e satisfação, e suas vidas estão cheias de problemas e ansiedades. Seu sustento depende de muitos fatores incertos e completamente fora de controle, como por exemplo, o tempo. Nas cidades os homens de negócio tampouco passam imunes pelo descontentamento. Ao caminhar elegantes e segurando suas pastas de executivos, costumam causar impressão de eficiência e autoconfiança. Mas as aparências enganam e e seus corações estão repletos de insatisfações. Continuam a buscar, sem nunca encontrar o que almejam.
refletindo sobre esse ponto, podemos ser levado a concluir que a solução para obter o que queremos está em renunciar a todas as nossas posses. Contudo, se checarmos, veremos que pobres também não acham que procuram. Eles não dispõem de necessidades básicas de sobrevivência. Mudar frequentemente de situação também não evita tal sofrimento. Alguém pode pensar que novos empregos, novos parceiros ou viajar pelo mundo afora são coisas que nos levam a obter o que desejamos. Porém, mesmo que viajássemos por todos os lugares do globo e tivéssemos uma nova amante a cada parada, continuaríamos a buscar um lugar diferente e uma amante nova. No samsara ( a vida sem controle, levados de uma situação a outra pela ondas das não virtudes e do carma) não existe a real satisfação de nossos desejos. como disse o VII Dalai Lama(( o atual é o XIV) :
" Todos os que vejo em posição superior ou subalterna, ordenados ou leigos, homens ou mulheres diferenciam-se somente na aparência, roupas comportamento ou status. Na essência, são todos iguais, todos experienciam problemas na vida.
Cada vez que temos um problema, pensamos que foi causado por circunstâncias particulares e que, mudando-as, o problema desaparecerá. Culpamos as outras pessoas, nossos amigos, nossa comida, o governo, o tempo, a sociedade, a história e assim por diante. Todos são efeitos, tudo é causa e efeito. Energia é causa, matéria é efeito. Nossas ações, pensamentos e sentimentos passados são a causa a energia...a vida é efeito. Portanto, em vez de fugir dos efeitos atráves de novas situações na vida, devemos identificar tais experiências dolorosas como conseqüência de nossas próprias ações prejudiciais e gerar um desejo sincero de abandonar suas causas. Essa sincera renúncia e uma satisfação com que temos faz com que aproveitemos cada minuto de nossa vida com alegria. Um mente alegre muda nossa energia, muda nossa vibração e faz com que coisas boas vão acontecendo naturalmente e o melhor sempre satisfeito. Alegria, chama alegria.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A HISTÓRIA DE SHANTIDEVA


Shantideva nasceu como príncipe herdeiro do trono de uma família real em Gujarat, um reino que era situado ao oeste da Índia. Seu pai era o rei Kushavalarmana ( Armadura de Virtude) e sua mãe era reconhecida como uma emanação de uma Buda Feminino Vjarayoguini. No seu nascimento o príncipe recebeu o nome de Shantivarmana ( Armadura da Paz).

Certa vez Shantivarmana fez um retiro de meditação, ele próprio também recebeu a visão direta de Manjushri ( O Buda da Sabedoria) e muitos outros augúrios proféticos.

Pouco tempo depois, o rei, seu pai faleceu e na noite anterior a coroação de Shantideva como herdeiro do trono. Manjushri lhe apareceu em um sonho e lhe orientou que devia deixar o trono e tornar-se um monge.Assim que acordou, ele fugiu do palácio e foi para floresta meditar. Manjushri lhe apareceu novamente e lhe deu uma espada simbólica de madeira e ao empunha-la obteve oito realizações perfeitas. Viajou então para o famoso mosteiro de Nalanda onde obteve o nome de ordenação de Shantideva ( o Deus da Paz)

Em Nalanda secretamente a noite praticava métodos profundos e exigentes do Tantra e dormia durante o dia. Os demais monges não sabendo que de fato ele fazia, achavam que ele apenas dormia e jocosamente apelidaram de o monge das 3 realizações: " comer, dormir e defecar". Julgando que Shantideva era uma ameaça a boa reputação do mosteiro resolveram armar uma cilada, convidaram para proferir uma palestra e assim sua ignorância seria exposta, pois erroneamente acreditavam que ele nada sabia sobre o Dharma ( a Lei, a Doutrina). Quando chegou o dia da palestra e da humilhação pública, Shantideva tomou o seu lugar e para o espanto geral proferiu um discurso em forma de poema que quando transcrito tornou- se o Guia do Estilo de Vida do Bodhisatwa ( clique aqui para ler o livro, eu pessoalmente recomendo a versão do meu guia espiritual, Gesh Kelsang Gyatso , fonte de tudo que aprendi sobre Budismo) até hoje( pois foi escrito no ano 900 dc) é o maior tratado de de orientações e instruções para se tornar um Bodhisatwa um ser destinado a plena iluminação. Enquanto Shantideva explicava o que seria o nono capitulo disse: Tudo é como o espaço e então levitou e subiu mais alto ainda e dessa forma foi proferido os dois últimos capítulos.

Logo em seguida foi para o sul da Índia onde havia uma grande fome e então proclamou: "Amanhã farei um ato de grande generosidade. No dia seguinte reuniu-se centenas de pessoas e então com uma única cuia de arroz alimentou todas elas. Por causa desse e de muitos outros grandes feitos as pessoas daquela região geraram grande fé em Shantideva e adotaram o estilo de vida Budista.

Ao longo de sua vida ele realizou incontáveis feitos para difundir os ensinamentos de Buda e ajudar a todos os seres.



terça-feira, 20 de julho de 2010

Sabedoria e conhecimento

A sabedoria é baseada sobre o conhecimento. Mas o conhecimento nem sempre é sabedoria. Não é um paradoxo. Existe um conhecimento objetivo, que é uma coleção de fatos irrelevantes. O homem sábio custa dar sua opinião, pois tem que descobrir os intangíveis. O homem que só tem o conhecimento é muito rápido em seus conceitos, pois não reconhece nem vê as vastas forças impoderáveis que operam no mundo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A mente muito sutil

Nas escrituras do sutra e do mahamudra, está dito:

" Se realizares tua própria mente, torna-se-ás um Buda ( termo que em sânscrito quer dizer desperto, iluminado); não deves procurar a budeidade em nenhum outro lugar. "

Está instrução é muito profunda. Indica que a mente pode ser conhecida em diferentes níveis. É possível compreender as mentes densas( todas as nossas mentes despertas normais), as sutis e a muito sutil( durante o sono, durante a morte; e para os praticantes do estágio de conclusão do tantra... no equilíbrio meditativo) e cada qual pode ser compreendida quer intelectualmente, por meio de uma imagem genérica, quer diretamente, por meio de experiência. Quando realizarmos a nossa mente muito sutil de modo direto, atingiremos uma realização superior da Clara luz e estaremos bem próximos de nos tornarmos um Buda. Em pouco tempo, essa realização se transformará na sabedoria onisciente de um Buda e nós, num grande ser iluminado.

Mas o que é a mente muito sutil? Mente sutil também é conhecida como mente raiz, por que todas as mentes nascem dela e nela voltam a se dissolver, é somente quando tivermos consciência dela é que lembraremos com clareza todas as nossas vidas passada, pois as mentes densas mudam vida após vida, não são elas que reencarnam e sim a muito sutil. Outro nome dado é de mente residente continua, por ser a única que sobrevive de uma vida para outra, se localiza em um diminuto vaculo, do tamanho de um grão de ervilha, no interior do canal central, na altura e no centro do chacra cardíaco. Na minha opinião, o famoso túnel que as pessoas que quase morreram relatam ter visto é o canal central, ou seja, as mentes se reuniram na mente raiz e dentro do canal central e por ali estavam saindo do corpo.

O importante é termos consciência de que mente e corpo são distintos e separados. Nós não somos o corpo! Praticantes que dominaram a pratica de transferência de consciência sabem disso por experiência própria, porque são capazes de ejetar a mente do corpo e ir para qualquer lugar, podendo até entrar no corpo de outros seres. Além disso, quando adormecemos e sonhamos a mente deixa o corpo físico e vaga por mundos de sonho, experienciando divertimentos e sofrimentos onírico, ao passo que o corpo físico permanece no mesmo lugar. No momento, muitos não são capazes de testemunhar essa separação, mas os meditadores realizados conseguem reter a continua -lembrança durante o sono e o sonho, percebem sua própria mente deixando o corpo físico, viajando por diferentes mundos e, mais tarde quando o sonho acaba regressando ao corpo.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não tente agradar ninguém

Não tente agradar um Ser Humano, pois isso é impossível.

Vivemos no samsara, e uma das características do samsara é a insatisfação. Ninguém está plenamente satisfeito no samsara. Se uma pessoa tem um milhão, no dia seguinte vai querer dois. Se é alcoólatra e beber uma piscina de cerveja, no dia seguinte vai querer um oceano e assim sucessivamente para cada caso. Logo, é impossível agradar sempre os seres humanos.

Procure ter compaixão e agir com sabedoria com todos os Seres conforme o compromisso assumido perante os Budas e Bodhisatwas, mas não espere alguma gratidão, pois a insatisfação e doença presente nas mentes humanas.

domingo, 23 de maio de 2010

SÍMBOLOS SAGRADOS TIBETANOS

OS OITO SÍMBOLOS AUSPICIOSOS se originaram em um grupo de símbolos indianos utilizados pela realeza e eram apresentados em Cerimônias Especiais como a coroação de um rei. Sinta-se coroado agora a um novo nível em sua vida individual, abra-se para receber novas Bênçãos de Luz dos Budas e do Universo.

Para que possamos meditar neles nestes momentos de mudanças e escolhas, a sugestão é olhar para os desenhos e ler as explicações todos os dias, por 1 semana no mesmo período: manhã, tarde ou noite - assim você vai criando a egrégora de proteção e abundância em seu lar e em sua vida através de Símbolos Milenares que trazem a Tradição Tibetana da Co-Criação.
Símbolos Sagrados levam suas vibrações a níveis diferentes de nossos corpos: físico, mental, emocional e espiritual .



O Guarda-sol
Simboliza toda a atividade de preservação voltada a todos os seres, contra a doença, contra agressão, contra forças ameaçadoras, obstáculos e tudo o mais nesta existência. Este é um símbolo de proteção e realeza. A sombra protege do calor e do sol e o frescor de sua sombra representa proteção contra o sofrimento, desejo, obstáculos e doenças. Tradições diferentes desenvolveram muitos tipos de guarda-chuvas: a parte de cima simboliza sabedoria e o tecido que protege simboliza compaixão.





O Peixe Dourado representa a emancipação de uma consciência individual de todo sofrimento, a qual conseqüentemente leva à futura libertação espiritual. Simbolizam felicidade, devido à sua liberdade na água, fertilidade e abundância, devido à sua capacidade de se multiplicar rapidamente.


Vaso Do Tesouro Simboliza longa vida, saúde e prosperidade. Ele é feito em argila como um bebedouro de água na tradição indiana. Os desenhos tibetanos trazem pétalas de Flor de Lótus.O tecido é seda e vem dos patamares dos deuses. A parte superior é selada com uma árvore de pedidos de boa sorte, com a raiz retendo água da longevidade para criar todos os tesouros que possuem qualidades especiais e não importa quanto possa ser retirado do vaso, ele sempre permanece cheio. Simboliza Vida Longa e Prosperidade.





O Lótus Branco Simboliza pureza de corpo, discurso e mente e o florescimento das ações na liberação da felicidade. O lótus é símbolo de pureza expressada em diferentes formas. É capaz de crescer e florescer do lodo, portanto é um símbolo de Geração Divina. O lótus no trono implica a concepção imaculada, portanto é Divino. As Divindades são sempre
representadas segurando um lótus como símbolo de suas qualidades de pureza, compaixão,renúncia e perfeição.




A Concha Dextrógira A concha simboliza a difusão dos ensinamentos do Dharma e o despertar do sono da ignorância. A concha vem das estórias indianas antigas que descrevem como os heróis míticos carregavam grandes conchas.É um símbolo de Poder e seu som afasta os maus espíritos e previne a aproximação de criaturas que possam causar danos ou que atraiam desastres naturais.




O Nó Sem Fim Um diagrama geométrico que simboliza a unidade da sabedoria e grande compaixão, e o caráter ilusório do tempo. Este nó não tem começo nem fim, e simboliza a sabedoria e a compaixão ilimitadas. Indica a continuidade da vida conforme as linhas se sobrepõem na realidade da existência humana.




O Estandarte de VitóriaA bandeira marca a vitória das doutrinas positivas sobre a morte, a ignorância e todas as negatividades deste mundo. Originou-se nos estandartes militares de vitória carregados pelos indianos nobres. Ela simboliza os métodos de ultrapassar problemas. Também traz o desenvolvimento do conhecimento, sabedoria, compaixão, meditação e votos éticos.



Roda Do Dharma Representa o Dharma e a própria iluminação, a roda simboliza o evoluir da Lei Universal e dos ensinamentos dos iluminados, em teoria e prática. A roda é um símbolo antigo da CRIAÇÃO, NOBREZA E PROTEÇÃO, que representa MOVIMENTO E MUDANÇA.
É também DHARMACHACRA ou RODA DA LEI, que no Tibet significa a RODA DA TRANSFORMAÇÃO ou DA MUDANÇA ESPIRITUAL. Também significa que ultrapassarmos todos os nossos obstáculos e ilusões.

domingo, 16 de maio de 2010

A PERFEIÇÃO DE GENEROSIDADE OU DE DAR

Para fazer a pratica de dar coisas materiais, primeiro contemplamos as desvantagens da avareza e os benefícios de dar, e então, nos dedicamos a pratica efetiva. No sutra Perfeição de Sabedoria condensado, Buda ensina que a avareza leva à pobreza e ao renascimento como espírito faminto. Mesmo nesta vida, a avareza causa sofrimento. È uma mente estreita e incomoda, que nos faz experienciar isolamento e impopularidade. Dar, por outro lado, é uma mente alegre, que nos trará riquezas e recursos abundantes no futuro..

Não há porque nos aferrarmos às nossas posses, pois riqueza só tem sentido quando é distribuída ou usada para beneficiar os outros. Já que na morte não teremos outra escolha a não ser nos separar das nossas posses, é melhor fazê-lo agora, tirando, assim, algum proveito por tê-las possuído. Além do mais, se na hora da morte estivermos muito apegados aquilo que temos, isso nos impedirá de morrer em paz e talvez até de termos um renascimento afortunado.

Quando saímos de férias, tomamos o cuidado de levar dinheiro suficiente para toda nossa viagem. Muito mais importante que isso, no entanto, é garantir que viajaremos para nossas vidas futuras com virtude, ou mérito, suficiente para obter todos os recursos que iremos precisar. Nossa pratica de dar é o melhor seguro contra a pobreza futura.

Devemos nos desfazer de nossas posses apenas no momento certo, ou seja, quando isso não nos causar nenhum impedimento a nossa prática espiritual nem colocar em risco a nossa vida e quando a pessoa que receber a doação puder extrair benefícios significativos dela. Caso contrário, não devemos doar nossos bens, mesmo que nos peçam para fazê-lo. Por exemplo, se percebemos que um presente prejudicará alguém, não devemos dá-lo. É preciso considerar todas as implicações da nossa ação, inclusive como ela nos afetará outras pessoas além daquela que receberá o presente. Também devemos conservar s coisas que são necessárias à nossa pratica de Dharma. Se nos desfizermos delas, indiretamente prejudicaremos os outros, já que vamos criar obstáculos ao nosso progresso rumo à iluminação.

Devemos dedicar mentalmente tudo o que temos aos outros, mas dar-lhes de fato, apenas quando for o momento mais adequado. Esse modo habilidoso de pensar é por si, uma forma de dar. Instituições de caridade, por exemplo, não repassam imediatamente todos os donativos que recebem, mas reservam uma certa quantia para situações de maior necessidade. Apesar de guardarem o dinheiro, essas instituições não consideram propriedade sua; simplesmente pensam que estão cuidando dele para os outros, até que surja uma necessidade. Se encararmos todas as nossas posses do mesmo modo, estaremos praticando a generosidade o tempo todo.

O mérito que acumulamos com a prática de generosidade de muitos outros fatores além do valor da doação. Um deles é a respeito de quem é beneficiado. Existem três tipos classes de seres para os quais é extremamente meritório dedicar nossa pratica de generosidade: os seres sagrados, como os Budas e Bodhisatwas; pessoas que foram muito bondosas para conosco, como nossos pais; e aqueles que são muitos necessitados, como os pobres, doentes e deficientes. Outro fator importante é a nossa motivação. È mais meritório dar migalhas a um passarinho com pura compaixão do que dar um anel de brilhante com apego. Evidentemente que a melhor motivação é a bodichitta (ou seja, acumular méritos para atingir a iluminação para beneficiar a todos os seres). Nesse caso a virtude que criamos é ilimitada. Além da generosidade de dar coisas materiais podemos dar o Dharma e destemor.

  • Generosidade de dar o Dharma

Há muitas maneiras de dar o Dharma. Se ensinarmos com boa motivação mesmo que uma única palavra de Dharma, estamos fazendo essa prática. Isso é muito mais benéfico do que qualquer presente material, porque coisas materiais ajudam somente nessa vida, ao passo que o Dharma pode auxiliá-los nessa vida e em todas as vidas futuras. Podemos dar o Dharma de muitas outras formas; por exemplo, dedicando nossas virtudes para que todos os seres desfrutem de paz e felicidade ou sussurrando mantras no ouvido dos animais

  • Generosidade de dar destemor.

Dar destemor é proteger os outros seres vivos de medos e perigos. Podemos, por exemplo, salvar pessoas de incêndios ou desastres naturais ou defende-las de violência física ou ainda, salvar animais e insetos que caíram na água ou foram capturados. Mesmo que não possamos socorrer os que estão em perigos, podemos dar destemor fazendo preces e oferendas para que se livrem das ameaças. Também podemos dar destemor rezando para que os outros se libertem das suas delusões, especialmente da delusão do auto agarramento, a verdadeira origem de todo o medo.

  • Concluindo.

Conta-se que certa vez, houve uma grande fome na Índia e que um bodhisatwa ao ver um tigre passando fome, sua compaixão foi tamanha que deu o próprio corpo para alimentar aquele animal. E nós, muitas e muitas vezes, não damos sequer um prato de comida que esteja sobrando para alguém que passa pedindo na porta de casa.