quinta-feira, 28 de maio de 2009

É Preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã

Nos anos 80 Renato Russo cantava essa música:...
"é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, por que se você parar para pensar na verdade não há!"
De fato...Já parou para pensar que o que te separa dessa vida para a próxima é apenas uma respiração, se a próxima respiração na ocorrer você estará na próxima vida!? Sempre penso talves eu morra hoje, dessa forma gero um grande desapego e procuro tratar bem a todos, mesmo aqueles que por algum motivo estão com raiva, pois penso pode ser a última vez que falo com essa pessoa, e assim desejo que ela seja feliz e procuro desenvolver meu apreço...logo pensando dessa forma que hoje pode ser meu último dia, todos os dias tornam minha vida significativa... embora as pessoas nunca percebam esse meu lado interno.

Este mundo não é nossa casa – isso é um fato. Somos viajantes, estamos de passagem. Viemos de nossa vida anterior e em poucos anos ou dias vamos nos mudar para a próxima vida. Entramos neste mundo sozinhos e de mãos vazias e sairemos dele sozinhos e de mãos vazias. Tudo o que adquirimos nesta vida, inclusive nosso próprio corpo, terá que ser deixado para trás. As únicas coisas que se leva de uma vida para outra são as marcas de ações positivas e negativas. Se ignorarmos a morte, desperdiçaremos nossa vida com coisas que serão deixadas para trás; criaremos muitas ações negativas e viajaremos para a próxima vida sem nada, a não ser um pesado fardo de carma negativo.

Por outro lado, se a consciência da mortalidade for o pilar de nossa vida, daremos mais importância para o desenvolvimento espiritual do que para as aquisições deste mundo; nossa passagem pela vida será vista, principalmente, como uma oportunidade para cultivarmos paciência, amor, compaixão e sabedoria. Motivados por essas mentes virtuosas, praticaremos muitas ações positivas e, dessa forma, criaremos causas de felicidade futura. Quando nossa hora chegar, seremos capazes de morrer sem medo nem remorso, pois nossa mente estará fortalecida pelo carma virtuoso que criamos.

Por que devemos amar a apreciar os outros?

Se pensarmos com cuidado, entenderemos que nossa felicidade presente e futura depende de apreciarmos os outros. Como assim? Em nossas vidas passadas, nos abstivermos de de prejudicar, matar e roubar outros seres, em nome desse amor que sentíamos por eles. Fomos generosos e pacientes e, como resultado de tais ações positivas, hoje temos todas as coisas boas de nossa preciosa vida humana. Além de não tê-los prejudicado, houve ocasiões em que, por gostar deles, os ajudamos e protegemos; me consequencia disso, hoje somos ajudados e desfrutamos de condições agradáveis.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

UMA MANEIRA DE DESENVOLVER AMOR E COMPAIXÃO POR TODOS

Todos os seres vivos merecem ser apreciados devido à tremenda bondade que nos demonstraram. Nossa felicidade temporária e última nasce por intermédio da bondade deles. Até nosso corpo é resultado dessa bondade. Não o trouxemos de nossa vida anterior – ele se desenvolveu a partir da união do esperma paterno e do óvulo materno.

Após a concepção, nossa mãe bondosamente permitiu que ficássemos em seu ventre, nutrindo-nos com seu sangue e calor, suportando grande desconforto e passando pela dolorosa provação do parto, para nos beneficiar. Viemos ao mundo nus e de mãos vazias, mas imediatamente recebemos um lar, comida, roupas e tudo o de que precisávamos. Enquanto éramos um bebê indefeso, nossa mãe nos protegeu contra os perigos, alimentou-nos, limpou e amou. Sem a sua bondade, hoje não estaríamos vivos.

Por ter recebido alimentos, líquidos e cuidados, nosso corpo gradualmente cresceu, passando daquele bebê pequeno e indefeso ao corpo que temos hoje. Toda essa nutrição que recebemos nos foi proporcionada, direta ou indiretamente, por incontáveis seres vivos. Cada célula de nosso corpo é, portanto, o resultado da bondade alheia. Até alguém que nunca conheceu sua mãe, recebeu alimentos e cuidados de outras pessoas. O simples fato de estarmos vivos é um testemunho da grande bondade dos outros.

É só porque temos este corpo com faculdades humanas que somos capazes de desfrutar dos prazeres e oportunidades da vida humana. Até simples divertimentos, como dar um passeio ou ver um lindo pôr do sol, podem ser consideramos como resultado da bondade de inúmeros seres vivos. Nossas habilidades e talentos provêm da bondade dos outros; foi preciso que nos ensinassem a comer, andar, falar, ler e escrever.

A própria língua que falamos não é uma invenção nossa, mas o produto de muitas gerações. Sem isso, não poderíamos nos comunicar nem compartilhar nossas idéias. Não seria possível ler este texto, tampouco pensar com clareza. Todas as facilidades e serviços que damos por favas contadas, como casas, carros, estradas, lojas, escolas, hospitais e cinemas, só existem graças à bondade alheia. Quando viajamos de carro ou de ônibus, nem ligamos para as estradas pelas quais passamos, porém foram muitas as pessoas que trabalharam arduamente para construí-las e torná-las seguras.

Se alguém que nos ajuda tem ou não a intenção de fazê-lo é irrelevante. Recebemos o benefício de suas ações; logo, do nosso ponto de vista, isso é uma bondade. Em vez de atentarmos para a motivação dos outros, que por sinal nunca conhecemos, devemos nos concentrar nos benefícios práticos que recebemos. Todo aquele que contribui de algum modo para a nossa felicidade e bem-estar merece nossa gratidão e respeito. Se tivéssemos que devolver tudo o que nos foi dado, não nos restaria absolutamente nada.

Podemos argumentar que as coisas não nos são dadas de graça, mas que temos que trabalhar por elas. Quando vamos às compras ou entramos num restaurante para comer temos que pagar. Usamos um carro, mas antes disso foi preciso comprá-lo e, agora, temos que abastecê-lo, pagar impostos, seguros etc. Ninguém nos dá nada de graça. Porém, de onde tiramos nosso dinheiro? É verdade que geralmente temos que trabalhar para ganhar dinheiro, mas devemos admitir que quem nos emprega ou compra nossas mercadorias, indiretamente, está nos fornecendo dinheiro.

Além disso, só podemos executar um determinado tipo de trabalho porque fomos devidamente treinados ou instruídos por outras pessoas. Para onde quer que nos voltemos encontramos a bondade dos outros. Estamos todos interconectados numa teia de bondade da qual é impossível nos separar. Tudo o que temos e apreciamos, inclusive nossa própria vida, deve-se à bondade alheia. De fato, toda a felicidade do mundo resulta dessa bondade. Nosso desenvolvimento espiritual e a felicidade pura da plena iluminação também dependem da bondade dos seres vivos. Ademais, se não houvesse seres vivos com quem praticar generosidade, testar nossa paciência ou gerar compaixão nunca conseguiríamos desenvolver as qualidades virtuosas que são necessárias à conquista da iluminação.

Em resumo, precisamos dos outros para nosso bem-estar físico, emocional e espiritual. Sem eles, não somos nada. Nossa sensação de ser uma espécie de ilha, independente e autônoma, não condiz com a realidade. É bem mais realista nos imaginarmos como uma célula no vasto corpo da vida, distinta, porém intimamente ligada a todos os seres vivos. Não podemos existir sem os outros e eles, por sua vez, sofrem a influência de tudo o que fazemos. Achar que é possível garantir nosso próprio bem-estar enquanto negligenciamos o dos outros, ou até passando por cima deles, é totalmente irrealista.
Contemplando as inúmeras maneiras pelas quais os outros nos ajudam, devemos tomar uma firme decisão: "Devo apreciar todos os seres vivos, pois eles são extremamente bondosos comigo". Com base nessa determinação, desenvolvemos um sentimento de apreço – um senso de que todos os seres vivos são importantes e que sua felicidade conta.

Tentamos misturar nossa mente com esse sentimento e tentamos mantê-lo unifocadamente pelo maior tempo que pudermos, sem esquecê-lo. Ao sair da meditação, tentamos conservar essa mente de amor, de modo que, sempre que nos encontramos com uma pessoa ou nos lembramos dela, naturalmente pensamos: "Essa pessoa é importante, a felicidade dela é importante". Dessa maneira, podemos tornar "apreciar os outros" a nossa prática principal. A

compaixão quando é forte podemos transformar todas as suas atividades diárias num meio para beneficiar os outros, sem mudar absolutamente nada do que fazemos exteriormente.

domingo, 24 de maio de 2009

SAMSARA E A QUESTÃO DO SOFRIMENTO

Vivemos no que se chama Samsara que é o renascimento ininterrupto, sem escolha ou controle.Não existe um ser vivo se quer que teve liberdade para escolher sua forma de vida, ou seja livre e tenha controle sobre as experiências dessa vida. Não tivemos escolha sobre o país onde nascemos, tampouco sobre a família, e não podemos escolher quando morreremos. Não escolhemos ser ricos ou pobres, saudáveis ou doentes. Pode parecer que muita gente é livre, mas não é...adoecem sem escolha, morrem sem escolha e renascem sem escolha.

Se afirmassemos: hoje vou dormir as 23 horas, vem um insônia e lá se vai a tal liberdade...Não podemos nem controlar nosso sono!!! Que de lá, todas as demais condições da vida!

Para termos a real liberdade devemos desenvolver o desejo de se libertar do samsara, portanto meditamos nas falhas do samsara e na sua natureza que é o sofrimento. Quando esse desejo de se libertar de todo e qualquer tipo de sofrimento surge geramos a renúncia. Renúncia é a firme decisão de nos libertarmos do samsara. Quando ouvimos a palavra Renúncia pela primeira vez, facilmente nos enganamos o que de fato significa essa palavra. Somos levados a pensar que alguém que desenvolveu renúncia e´alguém que abandonou todas as posses materiais e os relacionamentos humanos,parou de comer carne ou fez votos de castidade. Na verdade renúncia é uma mente que abandona o samsara e o samasaranão existe fora de nós.Portanto não podemos nos libertar simplesmente abandonando nossas posses, mudando o estilo de vida.

Se as posses, ambientes e prazeres não são o samsara, se os amigos e os parentes não são o samsara, se atividades mundanas e trabalho não são o samsara então o que é o samsara? Já disse na primeira linha é a vida sem controle!

Falhas do samsara ou sofrimentos que as pessoas enfrentam todos os dias

1- INCERTEZA, no samsara tudo é incerto!
A beleza é frágil. Ainda que jovens, nossa aparência varia enormemente de acordo com o estado mental. Pela manhã,pulamos da cama nos sentimos maravilhosos e com aparência radiante. No espaço de uma hora, as coisas podem dar errado e ficamos abatidos e lá se vai nossa sensação de de beleza, nosso rosto torna-se triste e sem graça e nosso corpo perde a vitalidade.

A saúde física e mental nunca é estável. Estamos bem pela manhã e doentes ao entardecer. No espaço de um dia, nosso bem estar físico flutua muitas vezes. Em um instante passamos do riso as lágrimas. Não somos capazes de sustentar uma mente sempre feliz.

Riquezas e posses perdem -se facilmente. imagine no caso das bolsas de 1929, ao tomarem café da manhã como milionários jamais imaginavam que jantariam pobres. Mesmo que conservamos durante a vida toda ao final temos que deixa-las.Riquezas são como empréstimos que cedo ou tarde temos que devolver.

Boa sorte e prosperidade são incertas. Quando o trabalho ou os negócios vão bem, tendemos a a nos julgar sãos e salvos. Mas basta uma pequena mudança em nosso ambiente ou uma alteração no governo para que, subitamente, para que todas as nossas perspectivas otimistas sejam arruinadas.

Amizades são instáveis . quando fazemos novos amigos, achamos que isso é para sempre. Mas nossos amigos mudam e, às vezes, bons sentimentos convertem-se em amargas hostilidades. Poucas palavras bastam para destruir a confiança e a comunicação franca entre amigos. Um fato ou um pensamento insignificantes são capazes de transformar sentimentos de amizade em inveja e ressentimento.Para aqueles cujas as mentes continuam atadas as delusões, as amizades são incertas e pouco confiáveis. No samsara todas as relações vão mudar é só uma questão de tempo!

2- INSATISFAÇÃO - Já que o samsara é incerto e sem controle, os seres a ele preso fazem planos, tem desejos que não são realizados, logo se tornam frustrados e por isso é tão difícil agradaras pessoas. Eu pessoalmente já desisti disso, faço apenas o que tenho que fazer, com a suprema intenção de que sejam felizes.

No samsara um bêbado pode beber um oceano de álcool e no dia seguinte irá quer mais. Casamentos são desfeitos porque parceiros não conseguem se satisfazer. Quando se tem forte apego desejoso, nunca se contenta com o outro, pois ninguém é capaz de satisfazer todos os desejos.

Nações entram em guerra por uma razão básica e simples. Não se contentam com as suas riquezas e recursos e querem se apropriar dos demais. Milhões de pessoas perderam a vida em guerras devido ao descontentamento coletivo da humanidade.

Os seres no samsara são como mariposas, que não se satisfazem com a beleza do fogo, mas se atiram na chama.

Vivemos desde de tempos sem inicio, preso em um mundo incerto e e insatisfeito...e olha que não falamos ainda de sofrimentos como nascimento, doença, envelhecimento e morte...ter que separar do que gostamos, enfrentar o que não gostamos, sofrimento da mudança, da dor manifesta, sofrimentos adjacentes e etc... o tempo todo a todo instante os seres sofrem...uns mais outros menos...mas todos sofrem.

O QUE É MEDITAR E COMO PRATICAR MEDITAÇÃO

Meditar não é ficar com a mente vázia, sem pensar em nada. Meditar é familirizar a mente, de maneira constante e profunda, com um objeto virtuoso. A meditação cumpre muitas funções: supera problemas interiores, como aqueles criados pela raiva, inveja, apego e ignorância; controla nossa mente e acarreta paz interior; habilita-nos a cultivar intenções virtuosas. Praticando meditação, adquirimos em muitos níveis de realização espiritual e evoluímos para estados cada vez mais elevados, até que alcancemos o estado mais elevado que é budeidade.

A meditação se divide em três etapas:
1- meditação respiratória
O primeiro passo da meditação é parar com as distrações e tornar a mente clara e mais lúcida. Isso pode ser feito recorrendo-se à prática da meditação respiratória simples:
  • Escolha um lugar tranqüilo para meditar e sente-se numa posição confortável. Você pode sentar-se na posição tradicional de pernas cruzadas ou em qualquer outra posição confortável. Se preferir, sente-se numa cadeira. O mais importante é manter as costas eretas para evitar que sua mente se torne sonolenta.
  • Mantenha seus olhos parcialmente fechados e dirija sua atenção para a respiração.
  • Respire naturalmente, de preferência pelas narinas, sem tentar controlar o ritmo.
  • Tente se conscientizar da sensação que o ar provoca ao entrar e sair pelas narinas.

    Essa sensação é o objeto de sua meditação.

  • Tente se concentrar na exclusão de todas as outras coisas.
  • Se você perceber que sua mente divagou e está seguindo seus pensamentos, imediatamente retome sua concentração na respiração.
  • Repita isso tantas vezes quantas forem necessárias até que a mente se acalme na respiração.
  • Se você praticar pacientemente dessa maneira, gradualmente seus pensamentos distrativos desaparecem e você sentirá um senso de paz interior e descanso, com a mente lúcida e tranqüila.

    Fique nesse estado mental de calma por algum momento.

    Ainda que a meditação respiratória seja somente um estágio preliminar da meditação, ela é poderosa. Podemos perceber desta prática que é possível experimentar paz interior e contentamento somente pelo controle da mente, sem depender de nenhuma condição externa.

    Quando a turbulência de pensamentos distrativos desaparecem, e nossa mente torna-se tranqüila, uma profunda felicidade e satisfação naturalmente florescem do nosso interior. Este sentimento de satisfação e bem-estar nos auxilia nas ocupações e dificuldades quotidianas.

    Muito do estresse e tensão que normalmente experimentamos provêm da nossa mente e muitos problemas que temos, incluindo males de saúde, são causados ou agravados por esse estresse. Apenas fazendo a meditação respiratória por dez ou quinze minutos por dia, seremos capazes de reduzir esse estresse.

    Sentiremos uma calma, uma sensação de espaço na mente, e muitos de nosso problemas corriqueiros irão sumir. Situações difíceis se transformarão em situações fáceis de lidar, naturalmente nos sentiremos amados e bem dispostos em relação às outras pessoas, e nossos relacionamentos sociais gradualmente melhorarão.

2- Meditação analítica

Com mente limpa, calma e em paz passamos para a segunda etapa. Na meditação analítica, empreendemos um processo intencional de investigação, ou de reflexão, sobre um tema; analisando vários aspectos e examinando-o de vários pontos de vista. Usamos nossa imaginação e continua- lembrança e capacidade de raciocínio até que, como resultado da investigação sobre o tema, surja um sentimento ou pensamento especial, capaz de mudar nosso estado mental...então nesse ponto podemos entrar no terceira etapa e deixar que a meditação posicionada assuma o comando. Assim como o fogo gradulamente esmorce e temos de usar novamente o fole, também a meditação posicionada esmorece temos que de novo usar a analítica. Devemos sempre combinar esses dois tipos de meditação, pois uma boa meditação analitica resulta em uma boa posicionada e vice versa.

A meditação analitica faz com que o tema surja com precisão e clareza a mente, e a meditação posicionada familiariza nossa mente com seu objeto, de modo que se tornem cada vez mais intimos, até que ambos se misturem por completo.